O carnaval aparece em diversas partes do mundo, como uma festa antiga de costumes devotos à natureza mitológica, fartura em excesso e deuses que foram esquecidos com o passar das eras.
Assim, o tempo diluiu os rituais e esqueceu deuses antigos, apenas homenageados em teatros e desfiles, atualmente, por cidades da Europa e até no carnaval do Brasil. Entretanto, a História se lembra: o carnaval nada mais é do que uma celebração longínqua de deuses e épocas resgatadas com capas diferentes.
Quais são os antigos deuses que deram origem ao Carnaval?
Já que temos tanta saudade e curiosidade de descobrir mais sobre as origens do carnaval do Brasil, por que não dar uma olhada em algumas delas? Portanto, aqui estão resgatados 5 deuses, culturas, lendas e lugares, que juntos influenciaram o carnaval como ele é hoje.
- Dionísio, o deus grego
- Saturno, o romano
- Luperco das lupercálias
- Ísis e Osíris do Antigo Egito
- O Rei Momo do Brasil
I. Dionísio, o deus grego
Acredita-se que a Grécia tenha sido o primeiro lugar no mundo a criar uma tradição carnavalesca. Desse modo, os gregos se reuniam para festejar e adorar, com excesso e excentricidade, o início de um novo ano e a chegada da primavera.
Por volta de 520 a.C. grandes comunhões se reuniam para louvar Dionísio, deus do vinho, da natureza e da fecundidade, da loucura e do teatro. Portanto, o termo “festas dionisíacas” coroa o costume de honrar a fertilidade do solo ao se fartar com a nova colheita e os prazeres da carne.
Ainda é comum, em tempos de carnaval, ocorrerem eventos públicos nos pontos turísticos da Grécia onde raízes e cultura ficaram bem preservados.
- Se você tem uma veia curiosa sobre mitologias e antiguidades, então o Maravilhas do Mundo tem uma réplica, do Partenon – templo de Atena, deusa grega da sabedoria e justiça – enaltecida entre outras várias arquiteturas mundiais.
II. Saturno, o romano
De acordo com os antigos romanos, Saturno chegaria em todo solstício de inverno (17 de dezembro no Calendário Juliano) dando os frutos da nova colheita, alegria sem precedentes e liberdade aos homens. E, portanto, as festividades em seu nome, conhecidas por Saturnálias, durariam 7 dias e 7 noites.
No festival, “o melhor dos dias”, como descrito pelo poeta Cátulo (87 ou 84 a.C. – 57 ou 54 a.C.), ocorreria um tipo de sacrifício animal, seguido de um grande banquete público e a troca de presentes em privado.
Mas festas que se seguiam nas Saturnálias eram polêmicas. Nelas, haviam as trocas temporárias de papéis sociais; aos escravos era permitido sair, desfrutar da liberdade nas ruas de Roma e então ir se divertir até com os próprios senhores.
Escolas e tribunais não funcionavam, assim como nos feriados modernos. Assim, as comemorações só terminavam quando chegava a época de purificação, também famosa por suas festas orgíacas, as chamadas lupercálias.
III. Luperco das lupercálias
Luperco, Pã ou mesmo Fauno, são todos nomes que remetem ao mesmo deus, que foi símbolo da festa carnavalesca mais assombrosa de todos os tempos: as Lupercálias.
Aconteciam logo após o período das Saturnálias de Roma Antiga. Por volta dos anos de Júlio César (100 a.C. – 44 a.C.), as Lupercálias ganharam uma gigantesca popularidade dentro da sociedade romana. De acordo com a cultura dos romanos, o festival era uma purificação do sangue para a procriação.
- Fato interessante: Julius Caesar – a peça de William Shakespeare, é situada durante a Lupercália.
As festas de purificação começavam com sacerdotes vestindo peles e galhos, banhando-se no sangue de animais sacrificados. Então, lavava-se o sangue com leite, para completar o ritual e “limpar” Roma. Tudo em nome de Luperco.
Acredita-se que essa tradição tenha originado o que hoje, no hemisfério norte, se dá o nome de Dia dos Namorados, ou o dia de São Valentim (Valentine’s Day). Apesar de ter passado por várias reformulações ao longo das eras, existem traços semelhantes às crenças romanas ainda em vigor no Valentine’s Day:
- A cor vermelha: remetendo os sacrifícios durante a Lupercália;
- A cor branca: significativa do leite usado para limpar o sangue.
IV. Ísis e Osíris do Antigo Egito
Estamos falando da festa que provavelmente originou os tradicionais carros alegóricos do carnaval no Brasil.
Uma vez que celebrado no Antigo Egito, um barco que percorre o Rio Nilo liderando orações e cortejos à deusa egípcia Íris, traria a proteção pela devoção aos navegantes e a todo povo. Esse ritual se chamava Navigium Isidis, que significa “a barca de Ísis”.
Na mitologia egípcia, Íris era irmã e esposa de Osíris, deus das lavouras e da boa fortuna. A lenda conta que Ísis, bem como Osíris tinham um irmão chamado Seth, desvairado de violento e manipulador, que convenceu Osíris a entrar numa caixa de madeira e depois o atirou no Nilo, causando sua morte.
Assim que, Íris lamentou tanto, que usou seus poderes mágicos para trazer o irmão de volta a vida. Ademais, o mito se conclui com Osíris tomando o título de governante da terra dos mortos, aquele que dá o dom da vida após a morte para os que chegavam ao mundo subterrâneo.
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V. O Rei Momo do Brasil
Momo tem aparência rechonchuda e extravagante, que representa a fartura em excesso e a ousadia personificada num corpo masculino. A figura de Momo que se tem hoje é bem descrita para os tempos de carnaval e samba, mas sua origem remonta uma personalidade muito mais antiga.
O nome do rei é, na verdade, emprestado da mitologia grega. Pois, Momo, Filha de Nix, era a personificação do sarcasmo, avaria e delírio, deusa dos poetas e dos escritores.
Momo foi expulsa do Olimpo, diz a lenda, devido ao seu jeito irônico. Com o passar do tempo acabou se perdendo em termos de gênero e aparência, visto que usava máscaras e um chapéu fanfarrão de guizos. Soa familiar?
Conclusão
É comum procurar pelas origens do Carnaval, hoje em dia, quando conhecemos a festa no Brasil. Porém, pouco se sabe o que as raízes da folia escondem, ou esquecem, de reverenciar.
Assim como os deuses antigos, de mitologias variadas, eram o porquê do carnaval, na atualidade temos o costume de comemorar com irreverência e excesso a chegada do ano novo. Sem precisar fazer sacrifícios, é claro.
Veja em resumo, mas revisite se quiser, os tópicos de Mitologias: 5 Deuses do Carnaval e Folias Carnavalescas:
Você pode encontrar todos esses lugares e mais sobre essas culturas numa experiência profunda, no Maravilhas do Mundo e no Museu de Cera, em Foz do Iguaçu.
Você tinha noção da existência destes deuses na história? Deixe nos comentários!
Argumento: Paula Canella
Imagens: Mateus Dias
Capa: Maurício Araujo