O jovem lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), de 26 Kg, resgatado pela equipe do Eco Park Foz em parceria com a Polícia Ambiental, o Projeto Onças do Iguaçu e a Itaipu Binacional na Avenida das Cataratas e levado para o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), na semana passada, está pronto para voltar à natureza.
Ybipiru, como foi batizado pela equipe de resgate, palavra que quer dizer “perdido, desorientado” em tupi-guarani, passou por vários exames que mostraram estar saudável e pronto para voltar ao seu habitat.
Agora, ele segue sob cuidados no RBV até que o ICMBio defina um local seguro para sua soltura, sob monitoramento de sua localização por GPS devido ao financiamento de um colar de monitoramento pelo Eco Park Foz.
Além disso, esse animal é típico de biomas como o Cerrado, Pantanal e áreas de campos abertos, sendo raro em regiões de Mata Atlântica, como é o caso de Foz do Iguaçu.
A presença de lobo-guará em uma área urbana e fora de seu habitat natural é uma consequência da perda e fragmentação de habitats que forçam animais silvestres a se deslocarem buscando recursos como alimento ou abrigo.
O caso reforça a importância de ações de conservação e monitoramento da fauna silvestre, especialmente em regiões onde a pressão urbana e a degradação ambiental ameaçam os ecossistemas naturais.
O lobo-guará é classificado como “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), e sua presença em áreas urbanas é um alerta para a necessidade de políticas públicas que promovam a conectividade entre habitats e a proteção da biodiversidade.
O resgate
O resgate começou na noite de quarta-feira (12) quando o animal foi visto acuado ao lado de um restaurante na Avenida das Cataratas, em um local onde o risco de atropelamento é muito alto. Logo depois da Polícia Ambiental ser acionada, iniciou uma operação conjunta de resgate para salvar o lobo.
Segundo Leandro Mautone, sócio-fundador do Eco Park Foz, foi um trabalho muito cuidadoso de todo o grupo (Polícia Ambiental, Eco Park Foz e Projeto Onças do Iguaçu – Instituto Pró Carnívoros/Parque Nacional do Iguaçu-ICMBio), pois o animal estava se sentindo acuado e em local propício para um atropelamento acidental.
Para facilitar o transporte até o Refúgio Biológico, Henrique Riva, veterinário do Eco Park Foz, realizou a sedação no animal.
